Lucro líquido: o que é, fórmula, como calcular na DRE

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Gerar resultados é a meta e compromisso de qualquer tipo de negócio. Assim, um dos indicadores contábeis essenciais para empresas e investidores, é o lucro líquido.

Ele representa o saldo da receita da empresa, após serem abatidas todas as despesas, deveres e obrigações fiscais. É o lucro líquido que ajudará na gestão e no desenvolvimento do negócio.

Um resultado financeiro positivo. Além de remunerar os executivos, responde por novos investimentos em funcionários, produtos ou avanços tecnológicos. Mas como chegar a esse percentual?

Qual a melhor fórmula de cálculo e como ele deve ser representado na área financeira e junto aos órgãos fiscais governamentais? Essas respostas nos propomos a detalhar no texto de hoje.

Um artigo que, entre outros temas, falará sobre os vários tipos de lucros e a quem se destina. Qual o rendimento suficiente para sanar as despesas e ainda gerar recursos para impulsionar o crescimento da organização. Confira!

O que é lucro líquido?

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O que é lucro líquido?

Lucro líquido representa a diferença entre todas as receitas e os gastos necessários para que a empresa se mantenha em atividade. Isso inclui ainda a dedução tributária. Para se chegar ao lucro líquido a fórmula é simples: lucro líquido = receitas – custos – despesas.

Mas para se chegar a um bom resultado é preciso entender muito bem os significados dos termos despesas e custos. O primeiro se refere aos gastos ligados à produção, como matéria-prima, salários, máquinas, etc.

O segundo são as demais despesas que não estão ligadas diretamente à produção. Entre elas, energia, internet, salários da administração, comissões de vendas, entre outros.

Vale lembrar que por meio do lucro líquido a organização remunera seus sócios e trabalhadores, realiza novos investimentos e forma suas reservas financeiras.

Mas, além de saber realizar o cálculo, o gestor precisa saber distinguir os dois tipos de lucros: o bruto e o líquido. Além do lucro líquido temos também o lucro bruto. Este resulta da subtração do que foi faturado e o custo de produção ou de venda do produto.

– Diferença entre lucro líquido e fluxo de caixa

Apesar de termos bem distintos, muitas vezes eles podem ser confundidos, mas é preciso que o gestor esteja atento aos conceitos para não gerar prejuízos. Então vamos entender melhor cada um deles.

De uma forma mais simples, o lucro representa o total de recursos que sobra após a empresa receber e pagar todas as suas despesas. Já o fluxo de caixa representa a ação desse recebimento e a realização dos pagamentos.

Mas, vale lembrar que somente haverá lucro se as despesas forem menores que a receita. O gestor pode dar vários destinos para esse montante. Desde investir em aplicações financeiras, reinvestir na empresa ou ainda distribuir entre os sócios e funcionários.

É um percentual desse lucro que garantirá a saúde do fluxo de caixa e, consequentemente, a continuidade do negócio.

Quais são as outras formas de lucro?

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Quais são as outras formas de lucro?

Para uma gestão eficiente e sustentável, é preciso que os gestores conheçam muito bem os diversos tipos de lucro e seus significados. Além disso, a contabilidade deve orientar qual o regime tributário que a empresa melhor se encaixa.

É ele que irá definir a complexidade, os cálculos dos impostos e as alíquotas que devem ser aplicadas. Por isso, encontrar a melhor opção, resulta em bons resultados, economia e gestão sustentável.

Lembrando que um dos tipos mais comuns adotados pelos empresários é o lucro líquido. Isso porque seu cálculo é de fácil entendimento e representa todos os recursos que realmente ficam na empresa, após subtrair todas as despesas.

A seguir vamos explicar melhor cada um dos tipos de lucros existentes, mas antes é preciso também entender sobre a diferença entre lucro, rentabilidade e lucratividade. Termos que à primeira vista podem parecer sinônimos, mas na prática financeira são bem diferentes.

– Lucro é a receita menos as despesas gerais;

– Lucratividade está relacionada ao lucro líquido. Ou seja, o dinheiro que realmente sobra;

– Rentabilidade se refere ao rendimento mensal de um valor aplicado em operações financeiras.

– Lucro bruto

Categoria discriminada na declaração de resultados do exercício, a DRE, o lucro bruto representa o valor obtido após abater os custos de produtos ou serviços da receita líquida. Ou seja, é o lucro antes das despesas operacionais, pagamentos de juros e impostos.

Para se chegar a esse resultado usa-se a fórmula: receitas líquidas – custo do produto/serviço vendido = lucro bruto. Na contabilidade o lucro bruto também é conhecido como lucro operacional bruto ou lucro nas vendas.

Um indicador contábil que considera apenas os custos diretamente ligados à produção. Por isso não são imutáveis, podendo variar de acordo com o volume produzido ou comercializado pela organização.

Por isso a contabilidade deve conhecer a fundo todos os custos envolvidos nessa equação.

Contudo, isso também poderá variar de acordo com o tipo de atividade exercida, mas no geral podem englobar custos variáveis (materiais, comissões, equipamentos, etc.) e os fixos, como aluguel, salários, material de escritório, entre outros.

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– Lucro presumido

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Lucro presumido.

O lucro presumido é um indicador que também serve para determinar o regime tributário e as bases de cálculo do imposto de renda (IR) e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), ambos de pessoas jurídicas.

De forma mais simples, representa o lucro fixado a partir de percentuais adicionados sobre a receita operacional bruta (ROB). Sobre o resultado ainda podem ser acrescidas outros tipos de receitas como aluguel e as financeiras.

Antigamente o regime tributário pelo lucro presumido somente era adotado por micro e pequenas empresas. Agora se tornou uma opção paralela ao Simples Nacional. Porém algumas atividades não podem aderir a esse sistema.

Entre elas, bancos; cooperativas de crédito; empresas da área financeira e de crédito imobiliário; corretoras, entre outras. A lista completa de quem pode ou não aderir ao lucro presumido pode ser checada na classificação nacional de atividades econômicas (CNAE).

Documento adotado pelo Sistema Estatístico Nacional e pelos órgãos gestores de cadastros e registros da Administração Pública do país. Além do IR E CSLL o lucro presumido incide em outros três impostos:

– Contribuição para o Programa de Integração Social, o PIS;

– Cofins;

– Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) ou imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS).

– Lucro real

Aqui como o próprio nome sugere, a empresa sabe de fato o real valor que sobrou após deduzir todas as contas pagas.

Um regime tributário que serve de regra na apuração do imposto de renda (IR) e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), da pessoa jurídica.

Considerado um dos mais complexos, esse regime tributário é obtido a partir do lucro contábil apurado após serem acrescentados os ajustes positivos e negativos, de acordo com a legislação fiscal vigente.

Para isso adotamos a seguinte formulação: lucro (prejuízo) contábil + ajustes fiscais positivos (adições) – ajustes fiscais negativos (exclusões) = lucro real ou prejuízo fiscal do período.

Reforçando que as pessoas jurídicas são obrigadas a optar pela tributação pelo lucro real em algumas situações:

– Bancos comerciais, de créditos e de investimentos; sociedades de crédito imobiliário, de câmbio ou corretoras de títulos; qualquer empresa ligada ao setor financeiro, de cooperativismo de crédito, seguros, capitalização ou previdência privada;

– Organizações com rendimentos ou lucros de origem fora do país;

– Empresas que estejam autorizadas pela legislação tributária a receber benefícios ou isenção fiscal;

– Que ao longo do ano-calendário tenham pago mensalmente pelo regime de estimativa, previsto no segundo artigo da lei 9.430 de 1996;

– Que exerçam atividades cumulativas como assessoria de crédito, de mercado, de seleção de riscos, entre outras;

– Atividades de seguros de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio, incluídos na lei 12.249 de 2010;

– Organizações imobiliárias com registro de custo orçado (IN SRF 25 de 1999);

– Sociedades de propósito específico, as SPEs optantes pelo Simples Nacional.

– Lucro cessante

Esse é o valor que o empresário deixa de ter quando é impedido de exercer a atividade que lhe geraria receita. Esse termo geralmente está mais ligado ao segmento jurídico. Isso porque, na maioria dos casos a culpa pelo empresário não ter lucro, vem de terceiros.

Por exemplo, se um equipamento quebrar, parando a linha de produção, ele perderá renda. O tema é bem detalhado nos artigos 402 e 403 do Código Civil. Portanto lucro cessante acontece em decorrência de um evento alheio à vontade do gestor.

Algo que compromete a receita da organização e também pode ser caracterizado como um dano material. Estão ligados à culpa, negligência, omissão, dolo, dano ou imperícia, mas devem ser comprovados judicialmente para serem reparados.

O que fazer com o lucro líquido da empresa?

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O que fazer com o lucro líquido da empresa?

O gestor que possui uma administração sustentável dispõe de mecanismos e ferramentas legais para gerir, repassar ou distribuir o lucro líquido da empresa. Tudo de forma segura, legal e inteligente. Vamos explicar melhor as cinco principais e suas justificativas.

1 – Elevar o capital de giro

O ideal é separar periodicamente um percentual dos lucros, aumentando gradativamente o capital de giro. Desta forma, em casos de algum imprevisto a empresa terá recursos para honrar seus compromissos. Ou seja, ela aumenta a necessidade de capital de giro (NCG) para não limitar seu desenvolvimento.

2 – Ampliar e modernizar a estrutura operacional

Seja pela aquisição de novos equipamentos, máquinas, veículos, ou pela modernização de sistemas operacionais ou de gestão.

3 – Projetos de longo prazo

Empresas inovadoras estão sempre pensando à frente e podem destinar parte de seus lucros para crescer e se desenvolver sem riscos.

4 – Divisão dos lucros

Conhecida como participação nos lucros e resultados (PLR) ou programa de participação nos resultados (PPR) é uma forma de beneficiar os funcionários com um percentual anual dos lucros.

5 – Reservas financeiras

Uma segura para ampliar as reservas financeiras da empresa para sanar qualquer tipo de imprevisto que possa surgir, sem que precise recorrer a instituições financeiras.

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Qual a importância de fazer cálculo de margem de lucro líquido?

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Qual a importância de fazer cálculo de margem de lucro líquido?

Ter uma margem de lucro líquido definida garante a saúde financeira da empresa e traz uma série de benefícios contábeis e fiscais.

Acompanhá-la e entendê-la é crucial para verificar se a empresa está obtendo resultados financeiros positivos ou negativos. É ainda por meio da margem de lucro líquido que os gestores conseguem:

– Melhorar o desempenho;

– Elevar a competitividade;

– Pagar os sócios e funcionários;

Investir em novos projetos;

– Formar ou ampliar os recursos financeiros;

– Auxiliar na melhor gestão e na tomada de decisões.

– Qual a margem de lucro líquido ideal?

Por serem diferentes, alguns segmentos podem ter percentuais de lucro distintos e variáveis. Um exemplo são os segmentos de comércio (entre 10% e 20%) e da indústria (de 8% a 12%).

Já empresas que atuam no setor de serviços podem aplicar margem de lucro líquido maior, ficando entre 20% e 30%. São porcentagens que indicam qual será o rendimento da empresa na venda de produtos ou de serviços.

Se o preço desejado será realmente vantajoso ou não. Mas importante frisar que a margem de lucro pode ser considerada abusiva em algumas situações. Em especial está acima de 20% em relação ao que foi pago pela distribuidora e o valor cobrado do consumidor.

Vamos conferir algumas dicas da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon para prevenir esse tipo de situação:

  • Antes de definir um valor para seu produto, compare os preços entre os concorrentes;
  • Não aumente muito a margem de lucro, exagerando no preço;
  • Antes de fechar um valor considere todos os gastos de produção, divulgação e venda.

Como calcular o lucro líquido?

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Como calcular o lucro líquido?

Depois de entender o conceito de lucro líquido, outra tarefa importante é também saber como efetuar corretamente o cálculo para se chegar a uma margem segura e justa.

Afinal ele envolve toda administração financeira da organização e precisa ser eficiente para gerar receitas positivas.

Independente do seu porte ou tipo de atividade, toda empresa precisa encontrar uma margem de lucro que seja capaz de cobrir seus custos operacionais e administrativos.

Além disso, deve reservar um percentual desse montante para outros gastos que possam surgir, investimentos e modernizações. Para calcular o lucro líquido é preciso ter em mãos todos os valores pagos com materiais, salários, aluguel, pró-labore dos sócios, etc.

Em seguida subtraia da receita, estas despesas gerais, os custos de produção e os impostos. O resultado final será o lucro líquido. Ou seja, se uma empresa tem uma receita de R$ 100 mil e suas despesas somaram R$ 85 mil, seu lucro será de R$ 15 mil.

– Fórmula de cálculo de lucro líquido

Calculado por profissionais capacitados e experientes na área contábil, o lucro líquido é obtido aplicando a seguinte fórmula: lucro bruto – despesas fixas = lucro líquido.

Mas como saber corretamente qual é o percentual de lucro bruto? Para se chegar a esse valor é preciso pegar a receita da empresa menos as despesas variáveis.

Assim chegamos ao valor que corresponde a tudo o que a empresa faturou após pagar suas despesas fixas e variáveis: lucro líquido =  receitas – despesas variáveis – despesas fixas.

Lembrando que as despesas fixas são aquelas que não variam de acordo com o volume de produção. Entre os exemplos podemos citar os salários, o aluguel, seguro, entre outros.

– Exemplo de cálculo de lucro líquido

Facilitando ainda mais o entendimento, vamos pegar um exemplo prático para realizar esses cálculos. Imagine uma fábrica de bombons, que fabrica apenas um tipo desse produto. São 10.000 unidades, vendidas a R$ 5,00 cada uma.

Para isso o custo de produção unitário é de R$ 1,40, incluindo as despesas variáveis, num total de R$ 14.000,00. Já as despesas fixas são de R$ 12 mil.

As receitas com a venda é de R$ 50 mil. Sendo assim, chegamos ao lucro líquido de R$ 24 mil.Caso tenha ficado alguma dúvida, confira outros exemplos acessando:

https://www.youtube.com/watch?v=QQQaRy9jx0E

https://www.youtube.com/watch?v=HARx23yWaOA

https://www.youtube.com/watch?v=UfkVeUbXNGg

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Lucro líquido e a contabilidade

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Lucro líquido e a contabilidade.

Se você chegou até aqui e continua com dúvidas sobre lucro líquido, o ideal é contar com apoio da Contabilidade ou profissionais capacitados. Na plataforma meuBIZ é possível encontrar centenas de opções que melhor atendam à sua necessidade.

Organizações que atuam desde a definição do tipo societário até a escolha do regime tributário, que melhor se aplica ao seu ramo de negócio.

A presença de um contador na organização é de suma importância, não somente pela assessoria contábil como também na definição dos tributos e percentuais a serem pagos. A escolha acertada trará excelentes resultados.

Porém se isso não acontecer, a empresa poderá pagar mais impostos, afetando sua rentabilidade. Preocupado com os resultados e os meios para isso, o meuBIZ oferece um completo portfólio de serviços, com filtros que definem importantes informações.

Além disso, disponibiliza relatórios com análises financeiras, de vendas, de preços, marketing, entre outras. Para conferir nossos benefícios acesse https://meubiz.com.br.

– O que é o lucro líquido na DRE?

Um dos principais relatórios contábeis, a demonstração do resultado do exercício (DRE) apresenta um resumo seguro e completo da situação financeira do empreendimento. Isso acontece em períodos determinados de acordo com o regime tributário escolhido.

Pode ser mensal, bimestral, semestral ou anual. Um importante documento que todo empresário deve entender e ter em mãos para poder tomar as melhores decisões.

Promove comparativos e projeções entre orçamento, receita e despesas, apresentando como resultado o lucro líquido ou prejuízo. Além de servir como norte na gestão financeira, também deve ser compartilhado com a Receita Federal.

O órgão verifica se os cálculos dos tributos estão corretos e confronta seus valores com a declaração de imposto de renda dos sócios. Uma DRE é padronizada pela lei 6.404 de 1976 e, de acordo com o artigo 187, deve conter:

– Todos os tipos de receitas resultantes da venda de produtos e serviços;

– Todas as despesas fixas e variáveis;

– Lucro ou prejuízo;

– Resultados do exercício antes da tributação;

– Provisão para pagamento de impostos;

– Participação em debêntures, instituições ou fundos assistenciais ou privados.

Conclusão

Ferramenta contábil estratégica, o lucro líquido engloba todos os custos da empresa, sejam eles variáveis ou não. E quando falamos em gastos devemos considerar tudo mesmo.

Desde a compra da matéria-prima, ao pagamento dos salários e dos impostos, incluindo IR e CSLL. O contato é figura essencial na realização, acompanhamento e fiscalização dos registros dos dados cruciais para se chegar ao resultado final: o lucro líquido.

No conteúdo de hoje vimos ainda que esse lucro pode ter várias faces e resultados, que dependem de diversos fatores, como perfil e objetivos da empresa. Mas, independente disso, em geral todas essas informações devem ser registradas na DRE.

Um documento essencial, especialmente para empresas que operam no mercado com capital aberto.

Para saber mais sobre os tipos de lucro e como calcular, acompanhe o blog do meuBIZ.

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