Tem sido cada vez mais comum comprar um negócio em operação. Não por acaso, a quantidade de empresas à venda tem crescido ano a ano e tem sido uma alternativa para empresários e empresárias que desejam empreender e obter retornos de forma mais ágil do que criando uma empresa desde o início.
Mas a adoção desse tipo de estratégia exige que sejam tomadas medidas planejadas, para que a compra seja bem sucedida e para que o investidor não seja enganado comprando “gato por lebre”.
Gustavo Garcia, sócio do meuBiZ, plataforma que realiza a compra e venda de empresas, explica que é possível comprar um negócio sem sustos, seguindo um caminho que pode dar segurança ao investidor.
“Existem formas de minimizar o risco do investimento e evitar problemas no futuro”, explica.
Como comprar um negócio
A primeira questão que deve ser analisada pelo comprador é o seu interesse e os seus objetivos com a compra de um negócio. É comum que empreendedores fiquem animados repentinamente com uma oportunidade, utilizando mais a emoção do que a razão.
Se esse for o caso, é melhor pensar com frieza e estudar o mercado em que se pretende entrar.
“Estar muito empolgado com a compra de um negócio e se esquecer de detalhes importantes pode ser uma péssima experiência”, afirma.
Gustavo cita que a frustração é comum quando há compra repentina e mal planejada de um negócio.
“Eu mesmo já passei por isso quando me ofereceram uma sociedade na área de representação de telefonia corporativa, cujas finanças pareciam promissoras”.
Segundo o fundador do meuBiZ, as margens do negócio eram interessantes e o atual proprietário demonstrava confiança sobre o crescimento do negócio a partir de novas estratégias.
Tudo perfeito para obter bons lucros, mas o que se percebeu foi uma queda nas receitas ao longo dos meses, a partir de uma mudança no consumo do setor de telefonia e um mercado extremamente competitivo.
“Logo vendi minha participação e, se tivesse feito uma análise cuidadosa, não teria nem entrado no negócio”.
Em segundo lugar, é fundamental verificar o conhecimento e a experiência do empreendedor no ramo escolhido. Para empreender é preciso entender, mesmo que minimamente, do mercado em que irá atuar.
Caso tenha pouco conhecimento, o investidor pode conversar com outros empresários, buscando conhecer os principais players, os desafios e o cotidiano de uma empresa no mesmo segmento.
As chances de insucesso em segmentos com os quais o empreendedor não se identifica ou não tem domínio são enormes.
Segundo Gustavo, o terceiro ponto é analisar se a compra de um negócio é mais vantajosa que iniciar uma empresa por si mesmo. Sob o aspecto mercadológico, os empreendedores devem avaliar os pontos positivos e negativos que a compra trará.
“O caminho mais fácil é planejar o fluxo de caixa a partir da compra da empresa e compará-lo ao fluxo de caixa de iniciar um negócio. A opção mais vantajosa é aquela que traz menos custos”, defende.
Trâmites finais antes de comprar um negócio
Confirmada a escolha por comprar um negócio em andamento, o investidor deve se preocupar com a avaliação da empresa, a negociação, a auditoria (também chamada due diligence) e os trâmites legais para conclusão da compra.
A burocracia para lidar com essas questões não pode desanimar o empreendedor.
Por isso, antes de assinar qualquer contrato de compra, é importante ter o parecer de um avaliador, um contador e um advogado.
Esses profissionais poderão responder se a empresa vale quanto está sendo pedido, identificar problemas de ordem financeira, contábil e jurídica.
Gustavo afirma que é muito provável que o investidor encontre alguma “casca de banana” pelo caminho, afinal, nenhuma empresa é perfeita. Diante disso, é preciso tomar as decisões necessárias, que podem ser um desconto no preço ou até mesmo a desistência da compra.
“Felizmente, existem muitas empresas à venda no Brasil e há sempre oportunidades para serem aproveitadas. No meuBiZ, por exemplo, há mais de 2.100 negócios à venda”.
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