Todo empresário que busca vender seu negócio, precisa saber como valorizar a empresa antes de vendê-la.
Afinal, há muito em jogo: o trabalho de uma vida pode ser a chave para um novo recomeço, e as negociações com o novo comprador devem ser benéficas para ambas as partes.
O empresário deve saber que vender uma empresa (ou até mesmo uma startup ou um ponto comercial) não é uma tarefa livre de percalços.
Por isso, é preciso estar bem preparado e ter na ponta do lápis as informações sobre a lucratividade, o faturamento, o fluxo de caixa, dentre outras.
Elas podem valorizar a empresa diante de um comprador.
Antes de consolidar toda essa documentação, no entanto, é preciso trabalhar no discurso da venda da empresa. Um investidor não irá comprar um negócio à beira de um fracasso econômico sem que lhe pareça benéfico de alguma forma.
Mas, se a venda vai acontecer para que você possa desbravar novos horizontes empresariais, ou tirar um ano sabático, ou se aposentar, o discurso precisa ser diferente.
Afinal, o negócio não vai ser vendido para que você se livre dele, e sim para que outra pessoa dê continuidade àquilo que você deu duro para construir.
Se essa questão já está bem trabalhada na sua mente, separamos nesse artigo três dicas para valorizar a empresa.
Demonstre sua performance financeira para valorizar a empresa
Ao contrário do que muita gente pensa, não é só na contabilidade que está realmente o valor de uma empresa.
Essas informações são importantes e necessárias, mas importe-se com as projeções de futuro: quanto ele pode render aos próximos investidores ou compradores dentro de um, cinco ou dez anos?
Seus números precisam ser transparentes para que os compradores consigam submetê-los a qualquer análise e tirar uma conclusão pela compra do negócio.
Lembra que falamos sobre não conseguir vender uma empresa que não está dando certo? Aqui, essas projeções deixam claro se o negócio tem futuro ou se é uma furada. Se as contas hoje vão bem, as projeções para o futuro a médio, curto ou longo prazo também podem ser muito interessantes.
Essa é considerada uma das coisas mais fáceis de compreender para a venda de uma empresa, mas difíceis de conseguir. Para começar bem, não maquie seus números. Em bom português, deixe que eles falem por si só.
Revele o seu potencial de crescimento
É bom olhar para trás e enxergar o quanto conseguimos construir. Cada empresa tem uma história, e a grande maioria delas é maravilhosa, cheia de inspiração.
Cada empresário se orgulha em contar do primeiro cliente ou do milésimo. Os diplomas, os prêmios e as certificações nas paredes também são motivo de alegria.
Mas o comprador de uma empresa não está mirando no passado do empreendimento: ele quer saber do futuro. Quantos diplomas, prêmios, certificações e clientes sua empresa ainda pode ter nos próximos anos?
É nisso que você deve focar na hora de apresentar aos potenciais compradores o retrato da sua empresa à venda: o potencial de crescimento, a curto, médio e longo prazo.
Ajuda a conhecer o potencial de uma empresa qualquer dado comprovável que ajude a prever seu crescimento, desde o fluxo de caixa até o levantamento patrimonial, passando pelo histórico de vendas da empresa e do comportamento de seu produto no mercado.
- Existe para ele uma época em que a procura é maior ou menor?;
- Houve algum boom nos últimos anos para que a demanda fosse maior que a oferta?;
- Como os concorrentes diretos estão se comportando, principalmente em termos de investimento?;
- Há algum contrato de longo prazo que já está fechado – ou quase – e que pode mudar os rumos do negócio?;
- A empresa está aberta e apta a receber novas tecnologias para melhorar seus processos e resultados sempre que elas se mostram disponíveis?
Essas informações também podem ser valiosas no momento da negociação.
Tenha uma “estrutura Suíça”
A Suíça é um pequeno país da Europa, com 8 milhões de habitantes e sem saída para o mar.
No entanto, é um dos países mais independentes do mundo: não faz parte da União Europeia, grupo econômico de seu continente, não esteve oficialmente envolvido em nenhuma guerra desde 1815 e ainda é sede de vários dos mais importantes grupos do mundo, como a Organização Mundial do Comércio, o Fórum Econômico Mundial, a Cruz Vermelha, além de ter o segundo maior escritório das Nações Unidas.
Ou seja: a Suíça não depende de ninguém mais para continuar vivendo de seu alto padrão, que não dela mesma. E assim tem que ser sua empresa: independente, sem amarras que possam derrubá-la da noite para o dia.
Estamos falando especificamente de um tripé que não deve causar dependência: clientes, colaboradores e fornecedores.
Seus clientes precisam ser diversificados o suficiente para que a perda de um deles não signifique a ruína. Isso significa que ter poucos clientes ou apenas um só é bom até o dia em que eles desistam de comprar com você. Por isso, vender empresa dependente é mais difícil.
Compradores de negócios valorizam a diversificação de clientes, que sejam independentes entre si, onde uma possa “segurar as pontas” no caso de perda de outro.
A mesma coisa acontece com os colaboradores e com fornecedores: ter apenas um, ou um que seja imprescindível para o negócio, é mau sinal.
Isso mostra que, se o colaborador super importante desiste de trabalhar com você, ou se o seu fornecedor abre falência, as chances de a sua empresa ir junto para o buraco é muito grande.
Fuja dessas situações e diversifique o quanto puder esse tripé, a fim de ser uma “Suíça” dentro do seu mercado de atuação.
Outras dicas
Existem muitas outras dicas para valorizar a empresa e fazer com que venda dela seja bem sucedida. Mas é fundamental que os pilares que mostramos nas três dicas estejam bem delineados na hora da venda e durante toda a vida do seu empreendimento.
Saiba mais:
Quando devo vender meu negócio?