Os riscos da recuperação da economia brasileira

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O Brasil passou, nos últimos três anos, pela pior crise econômica de sua história. O resultado foi uma redução de mais de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma taxa de desemprego de 13,7%, que atingiu mais de 14 milhões de trabalhadores no país, o número recorde desde o início do levantamento dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o Estado brasileiro encontra-se em seu maior déficit histórico, de mais de R$ 170 bilhões por ano, o que fez a dívida pública disparar para mais de R$ 3,35 trilhões e a economia derreter.

Como se não bastasse, o país ainda viu-se imerso em uma intensa crise política, marcada por protestos contra o governo, impeachment e pelo recrudescimento das investigações contra a corrupção. Nesse período, a Operação Lava Jato esteve quase diariamente na mídia, apresentando novas provas e efetuando novas prisões.

Uma nova realidade para a economia brasileira?

Embora o cenário seja ainda bastante desafiador em termos políticos e econômicos, o governo tem conseguido aprovar algumas medidas visando à contenção de gastos públicos e o incentivo do setor produtivo. Algumas dessas medidas são a lei do teto de gastos, a redução da taxa de juros e a reforma trabalhista e a Taxa de Longo Prazo (TLP), medida para reduzir os gastos com subsídios do governo federal.

Em paralelo, o governo tem falado abertamente de privatizações, bem como da devolução pelo BNDES de mais R$ 130 bilhões ao Tesouro, aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo público de 11% para 14%, além da postergação de reajuste de salários da categoria.

São todas medidas que visam enfrentar o alto volume de gastos do governo federal, bem como fomentar as empresas e, assim, a geração de emprego a curto e médio prazos. No entanto, alguns problemas estruturais da economia brasileira não têm sido comentados, o que torna a recuperação econômica um grade risco para o crescimento sustentável e de longo prazo da economia do país.

O Brasil ainda terá que lidar com o estrutural problema do envelhecimento da população e o aumento agressivo dos gastos com a Previdência, desafios que provavelmente não serão encarados pelo atual governo. Para crescer com sustentabilidade, precisa também enfrentar a baixa eficiência do setor produtivo, a elevada carga tributária e os trâmites e custos burocráticos.

De acordo com Gustavo Garcia, fundador do Meu BiZ, especializado na venda de empresas, o Brasil aparece na 123ª posição quando o assunto é a facilidade de fazer negócios, dentre 190 países pesquisados. “Os maiores desafios do país são para pagamento de impostos, abertura de empresas e obtenção de alvarás para construção”.

Para se ter uma real ideia do desafio, dados da pesquisa mundial Doing Business apontam que uma empresa no Brasil gasta, em média, 79 dias para abrir, 2.038 horas por ano pagar seus impostos e 425 dias para obter alvarás de construção. São dados exorbitantes, principalmente quando comparados com países similares como o Chile, onde se gasta 5 dias para abrir uma empresa, 291 horas para pagar impostos e 152 dias para obter alvarás.

Portanto, os riscos do Brasil voltar a crescer e retomar sua pujança econômica são esquecer-se de seus problemas microeconômicos, que podem colocá-lo à frente na busca pelo desenvolvimento socioeconômico e pela igualdade de oportunidades para todos, mantendo-o para sempre como o país do futuro.

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